Alzira Guedes






Esqueci o meu nome

Somos, em parte, ausência do que tocamos. 
Imagem do que vamos sendo, reflexos
Reflexos continuados, sombras refratadas 
Um testemunho escrito em registo 
que desmente a nossa intemporalidade. 
Que afirma a mortalidade física? 
Que dá consistência à Torre do Tombo. 
Somos um nome. 

E mais do que um nome, 
o reflexo de uma essência de 
tendência ao eterno retorno. 
Os lugares marcam-nos. 
Mas marcaremos nós os lugares? 

 Da pedra que o tempo vai polindo 
ficam réstias dos outros, em nós
pegadas que o mar vem e apaga de nós,
também neles

Hoje sou a vaga que vem 
limpar o castelo de areia. 
Por acaso o meu. 

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